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4.1.12

Amor


A história das árvores apaixonadas

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Nira e Mururé


Diz a lenda que eram dois jovens índios de tribos inimigas que se apaixonaram perdidamente. Ela uma índia Mundi, e ele um índio Aruã. Os aruãs, famosos pela arte da guerra e do enfrentamento de resistência aos colonizadores e os Mundis, conhecidos por serem pacíficos. O chefe da tribo aruã jamais permitiu que seu sucessor na hierarquia indigena, o índio Mururé, casasse-se com uma índia que não fosse guerreira, como a linda e terna Nira. E assim foi decretada a guerra. Mururé, longe de sua amada, chorou dias e noites a solidão de sua ausência e Nira consolava-se embalada pelos raios da lua a sonhar em eternizar seu grande amor. Então, ajudados pelo canto do uirapuru, que levava em seu canto a saudade dos dois índios apaixonados, Mururé e Nira, guiados pelo canto da ave encantada, seguiram em direção um do outro para a floresta de mangue hoje conhecida como manguezal do goiabal, alimentaram-se da semente do tento e abraçados eternizaram sua paixão, morreram por amor, sabendo que suas vidas iriam salvar outros tantos amores. No lugar onde morreram, nasceram duas lindas arvores abraçadas. Quem for passear na Fazenda São Jerônimo irá encontrar Nira e Mururé de mãos dadas eternizando o amor. Diz a lenda que quem sentar em seus braços junto com seu amor, jamais dele se separará, porque elas ajudarão o amor a ser eterno. (História de Brito e Jeronima - Adaptada por Ivone Maués)



Texto e foto de Yara Cultura Marayo no blog Yara Cultura MarayoVeja mais fotos desta árvore clicando aqui.

1.1.12

Romance



É impossível não se apaixonar pela natureza daqui

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O jeito é entregar o coração.



Foto de Luiz Braga - Paratur. 

26.12.11

Projeto



Natureza e visitantes para sempre








Ilha de Marajó / PA - Fazenda São Jerônimo


Muito mais do que praia deserta, a fazenda de Sr. Brito tem quilômetros de mata fechada, centenas de animais, alguns até em extinção, igarapés, mangues e muito, mas muito calor humano. Brisa boa, ventinho na varanda, sons de pássaros e de macacos. Conforto e comida farta, diversificada e exótica.


A Fazenda São Jerônimo foi palco do programa No Limite, da Rede Globo. Sr. Brito, o proprietário, conta: “Eles sobrevoaram a área e vieram dizer que tinha que ser aqui por causa da imensa praia deserta”.
O Ibama acaba de entregar ao sr. Brito uma guariba de dois meses, que foi encontrada sendo maltratada. O combinado foi cuidar dela e, em seguida, soltá-la na mata da Fazenda. O macaquinho já tem nome: Zulu, o hóspede fotogênico da São Jerônimo, além do sr. Brito, claro!
Localizada em Soure, cidadezinha da Ilha de Marajó,a Fazenda São Jerônimo vive das atividades do ecoturismo além dos coqueirais.


Búfalos e Tirolesa

Ao chegarmos, uma surpresa: tirolesa puxada por búfalos! Major Dourado, idealizador do circuito, comenta que a ilha é o único lugar do país onde a polícia está montada em búfalos. A manada da ilha é a maior do país. O animal é considerado um verdadeiro aliado da população, fornece leite, delicioso queijo, carne, artesanato, segurança, transporte e até diversão pois, no carnaval, são eles que puxam as carroças equipadas de som, e agora eles são também responsáveis pela aventura!
Símbolo da ilha, o búfalo chegou a Marajó por acaso, um navio carregado de animais, que seguia para a Guiana Francesa, encalhou na costa da ilha. Os animais, excelentes nadadores, vieram até a praia e se adaptaram ao clima inóspito. Diz-se que ainda é possível encontrar animais selvagens nas matas marajoaras.

 

Praia do Limite

Saindo de canoa pelo igarapé Tucumandubinha, podemos presenciar o fenômeno das marés, de seis em seis horas o igarapé seca completamente. No caminho da Praia do Limite, as garças, o pássaro Martim-pescador e as araras sobrevoavam entre o mangue o os coqueirais.
A remo, chegamos ao paraíso desértico onde o Rio Pará se encontra com o Oceano Atlântico. Devido ao rio, a água passa quase o ano todo doce, para nadar é uma delícia!

Carimbó

De noite, na Fazenda São Jerônimo, um show de Carimbó-Mirim. Um grupo de crianças de Soure, que mantêm seriamente as atividades ensaiando três vezes na semana, mostrou como o folclore é importante para resgatar e manter a tradição e características de uma localidade. Com amor e entusiasmo, elas contagiaram a todos com a dança típica do Marajó. Impossível não entrar na dança, os lindos caboclinhos e caboclinhas tiram as pessoas para dançar cheios de sensualidade.
O folclore marajoara segue a linha das lendas do índio e as do africano. Em geral, todo o folclore amazônico é cultuado assim como as pagelanças da herança indígena.

 

Igarapés

O dia começa cedo para sr. Brito: 5h40 é a hora certa para avistar as cotias que atravessam a trilha. Lá fomos nós, calados, subindo em uma das torres estratégicas construídas na época do programa No Limite. E não é que ele tinha razão? Valeu a pena acordar tão cedo!
No café da manhã, quem reina é o búfalo, ou melhor, a búfala. Na mesa serve-se o leite, a manteiga, a coalhada, o famoso queijo marajoara, doce de leite... Satisfeitos, saímos com seu Brito de canoa pelo igarapé passando entre um incrível manguezal, que chega a 30 metros de altura.
O delicioso percurso desemboca na praia deserta do Araruna. De lá, caminhamos por mais uma praia deserta até a Fazenda Araruna, um verdadeiro "point" dos Guarás. É garantido encontrá-los por ser uma área encharcada e repleta de sarará, o crustáceo causador de sua cor avermelhada.

Cavalgada

Montados em cavalos marajoaras, saímos rumo à Praia do Pesqueiro, a mais badalada praia de Soure. Passando com os cavalos entre trilhas, manguezais e campos, onde estão instaladas algumas provas do programa feito pela Rede Globo, alcançamos a praia deserta da propriedade e cavalgamos quilômetros na areia, entre o mar e o mangue, até chegarmos na Praia do Pesqueiro. Cenas de filme!
Na volta, uma curiosidade: em meio à fazenda, um homem camuflado e munido de uma espingarda vigia a área... Logo explica sr. Brito: “Este é o Nascimento, segurança que contratei para cuidar das 40 tocas de camaleoas que temos por aqui, agora em época de desova”. Sr. Brito está preocupado, pois a população local está habituada a se alimentar dos ovos e das próprias camaleoas, e por isso está empenhado em assegurar a sobrevivência dos filhotes. “Aos poucos, os nativos vão perceber que vale mais a pena preservar as espécies e trazer o turista para admirarem, do que caçarem para comer, isso dá emprego mais digno...”.



Texto de Equipe EcoViagem. Foto de Marcello MaestrelliPublicado em 28 de outubro de 2003 no site EcoViagem. Leia uma continuação aqui.

25.12.11

Conservação



Camaleões do Marajó - Seu Brito


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Raimundo Brito é o proprietário de uma das mais belas e conhecidas fazendas da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. Localizada na cidadezinha de Soure, a Fazenda São Jerônimo vive das atividades dos coqueirais e do ecoturismo, aproveitando racionalmente sua privilegiada natureza: uma praia deserta, quilômetros de mata fechada, centenas de animais, alguns até em extinção, igarapés e mangues.

Seu Brito, como é carinhosamente chamado por todos, desenvolve um importante trabalho de conservação da fauna local, em especial com os camaleões, como são popularmente conhecidas as iguanas que habitam a região.

Porque camaleões
“O trabalho começou há três anos, porque observamos que os camaleões estavam praticamente em extinção em nossa região, devido à sua fama de ter uma carne muito saborosa (cozida na panela). O camaleão é um animal muito importante na cadeia alimentar dos animais silvestres. Os ovos e filhotes alimentam tatus, gatos maracajás, quatis e raposas, entre outros animais da região".

Como o trabalho foi desenvolvido
"Depois que observamos que estes animais estavam em extinção, mapeamos as covas das camaleoas que ainda restavam e depois acompanhamos o desenvolvimento desses ovos até um mês após a postura (período em que acreditamos que estes ovos já estejam fora de perigo).
A primeira vez acompanhamos 20 covas de camaleoas (cada cova de camaleoa adulta tem cerca de 42 ovos e de camaleoa jovem 18 ovos). No segundo ano acompanhamos 50 covas e em 2003 conseguimos acompanhar 70 covas. Apesar de todos os esforços, ainda há áreas em que o camaleão tradicionalmente habitava, mas hoje não há um ovo sequer."

Resultados
"Hoje temos 70 covas mapeadas em duas localidades, nossa meta é atingirmos pelo menos cinco pontos de desovas, onde poderíamos acompanhar cerca de 200 covas de camaleoas. Já iniciamos também estudo para desenvolver este trabalho com outros animais como, por exemplo, o macaco guariba, dois quais, há dois anos, tínhamos apenas um grupo na Fazenda e hoje já temos três. Além dele, queremos acompanhar também o gato maracajá, a preguiça, a cobra sucuri e a cutia. 
Todos os animais acima são apreciados pelos nativos pelo sabor de sua carne (menos a sucuri) e, tendo em vista o desequilíbro social em que o nosso país se encontra, há uma grande dificuldade em manter este trabalho.

Hoje, empregamos um colaborador direto na vigilância destes animais e mais três funcionários dando suporte quando necessário. Temos a ajuda do Ibama Belém e local, porém eles também têm muita dificuldade, estamos procurando parceiros para nos ajudar nesse trabalho, onde necessitamos de mais mão de obra para o acompanhamento dos animais, mais apoio técnico e ajuda no mapeamento das áreas."

Turismo Responsável
"Considerando que nosso principal público é o turista ecológico, este ano já tivemos trilhas para mostrar a desova da camaleoa. Com isso, além de termos um atrativo a mais para os nossos visitantes, também conseguimos dar emprego à comunidade local e realizar um importante trabalho de conservação. O mesmo nativo que antes apanhava os ovos e a camaleoa, hoje está vigiando e tomando conta das covas.
Há dois anos, inclusive, pegamos um nativo caçando animais silvestres em nossa propriedade, ele foi atuado e fichado na polícia local. Há cerca de um ano abrimos vagas para condutores locais e contratamos essa mesma pessoa, que hoje é o nosso melhor guia para mostrar animais para o turista, ou seja, ele está usando a habilidade que por anos utilizou para matar animais, agora para conservá-los, propiciando mais emoção ao turista e garantindo uma fonte de renda.
A maior contribuição para a população, acreditamos ser na conscientização da mesma, pois conservando este animal estamos mantendo o equilíbrio ecológico e fixando outros animais que também correm perigo de sumir da nossa região como, por exemplo, o gato maracajá. Além disso, tentamos mostrar que o camaleão e outros animais caçados podem trazer mais dinheiro para a população vivos (atraindo turistas) do que cozidos na panela."





Texto de Equipe EcoViagem. Foto de Marcello Maestrelli (Vida de Viajante). Publicado em 16 de Março de 2004 no site EcoViagem).