Um jeito de ser
E viva a simplicidade.
Dizem que muitos engenheiros e jornalistas são
cozinheiros frustrados. Isso deve ter um fundo de verdade, porque conheço
vários deles que fazem gastronomia, se não o curso regular, pelo menos cursos
esporádicos.
Gostam de receber amigos, contar suas incursões na
cozinha, e comprar livros sobre gastronomia. A tradução de passeio pra esse
povo é dar uma volta pela rua Paula Souza e pelo Mercado Municipal.
Um desses aficionados é um amigo engenheiro, o
Maurício, que foi ao Food & Wine e entre tantos workshops, assistiu à
apresentação de Jerônima Barbosa, proprietária da Pousada São Jerônimo na Ilha
de Marajó.
Quando o encontrei, no dia seguinte ao evento, ele
ainda estava empolgado com Jerônima, completamente cativado pela simplicidade e
pela experiência dela. Uma dessas coisas que mais o impressionou foi o turu,
que aprendeu com ela tratar-se de um molusco “que penetra no tronco de árvores
caídas nos ‘mangueiros’, tipo de mangue”.
O turu, segundo ele, é comprido e fino, podendo chegar
a ter 1m de comprimento. São encontrados dentro das toras de madeira que são
quebradas pelos nativos que os colhem e utilizam de diversas formas. Alguns o
comem cru, outros em preparados como caldos e cozidos. O Maurício provou o turu
cru e segundo ele, o gosto se assemelha ao da ostra, com um gostinho de madeira
ao fundo.
Texto e foto de Reiko Miura no blog Perfume de pequi.
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